Contabilidade
ambiental é o
registro do patrimônio
ambiental (bens,
direitos e obrigações ambientais) de determinada entidade, e suas respectivas
mutações - expressos monetariamente.
A
sociedade, as empresas e os governos cada vez mais se conscientizam da condição
de limitação e desgaste dos recursos naturais e das consequências negativas do
desenvolvimento despreocupado com o meio ambiente.
A
contabilidade ambiental surge em meio a esse cenário como uma força extra entre
outras inúmeras iniciativas que caracterizam um amadurecimento desse tipo de
reflexão. É o ramo da contabilidade em que são registrados, portanto,
controlados, dados correspondentes a ações da empresa que afetam o meio
ambiente, funcionando como um registro do patrimônio ambiental, benefícios,
prejuízos e resultados da exploração ambiental expressos monetariamente.
A contabilidade como ciência apresenta condições, por sua forma
sistemática de registro e controle, de contribuir de forma positiva no campo de
proteção ambiental, com dados econômicos e financeiros resultantes das
interações de entidades que se utilizam da exploração do meio ambiente.
Especificamente, tal conjunto de informações é denominado de “contabilidade
ambiental”.
Contabilidade ambiental, portanto, é o registro do patrimônio
ambiental (bens, direitos e obrigações ambientais) de determinada entidade, e
suas respectivas mutações - expressos monetariamente.
Seu objetivo é propiciar informações regulares aos usuários internos e
externos acerca dos eventos ambientais que causaram modificações na situação
patrimonial da respectiva entidade, quantificado em moeda.
Historicamente, a Contabilidade do Meio Ambiente passou a ter status de
um novo ramo da ciência contábil em fevereiro de 1998, com a finalização do
"relatório financeiro e contábil sobre passivo e custos ambientais"
pelo Grupo de trabalho inter-governamental das Nações Unidas de Especialistas
em padrões Internacionais de Contabilidade e relatórios (ISAR – United Nations
Intergovernanmental Working Group of Experts on International Standards of
Accounting and Reporting).
A contabilidade é uma enorme fonte de registro, interpretação e
informação de dados empresariais e governamentais. Sua utilidade social é bem
expressa pelo então presidente da França, Jacques Chirac, em seu discurso na
sessão plenária de encerramento do XV Congresso Mundial de Contadores, em 1997:
"... A profissão contábil desempenha um papel fundamental na
modernização e internacionalização de nossa economia. Isso porque vocês não se
restringem a cuidar de contas. Vocês são conselheiros e, às vezes, confidentes
das administrações de companhias, para que têm um importante papel a
desempenhar, especialmente em assuntos sociais e tributários. Vocês orientam
pequenas e médias empresas e sua administração, simplificando as alternativas,
que ainda são demasiado complexas. Vocês desempenham, portanto, um papel no
desenvolvimento das possibilidades de emprego, o que merece um especial
registro de reconhecimento...".
Em decorrência da
crescente escassez de recursos naturais e da degradação da natureza, em todo o
mundo acirrou-se o debate econômico, político e social sobre tais situações e
as medidas necessárias à reversão deste cenário. Daí a necessidade de se
conhecer o problema não somente sob seus aspectos mais amplos – mas também
específicos: boa parte da degradação ambiental é decorrência dos próprios entes
de produção de bens e serviços – o chamado “progresso a todo custo”.
Como não é possível
(nem desejável) reverter o progresso, pois os sistemas econômicos necessitam
atender à demanda de bilhões de pessoas do planeta terra – há de se encontrar
respostas às tais questões mediante um amplo e contínuo trabalho de aferição
dos eventos ambientais por todos agentes (governo, entidades privadas e ONG`s)
– daí a contabilidade, como ciência, tem a vantagem de oferecer meios de
aferição econômica de tais políticas.
A utilização
irresponsável de meios naturais para a produção de bens e serviços, além dos
danos ambientais óbvios, tende a gerar para a entidade que o provocou o repúdio
da sociedade e dos consumidores. Economicamente, a gestão ambiental não precisa
ser encarada como “um custo a mais”, mas uma ótima oportunidade de demonstrar a
responsabilidade social e melhorar a imagem mercadológica – e por conseguinte –
gerar um saudável ciclo de lucros sustentáveis a médio e longo prazo.
Para a tomada de
decisões e avaliação regular de tais políticas ambientais, a contabilidade é
imprescindível, pois gera informações relevantes aos administradores de
qualquer entidade.
Poderíamos sintetizar
as seguintes vantagens da utilização da contabilidade ambiental:
- identificar e alocar custos
ambientais, de maneira que as decisões de investimentos estejam baseadas em
custos e benefícios adequadamente medidos;
- permite aferir, economicamente, as
reduções de gastos com água, energia e outros recursos, renováveis ou não;
- gera informações e demonstrativos
sobre a eficácia e viabilidade econômica das ações ambientais;
- a publicação do balanço ambiental
gera transparência da gestão e uma potencial melhoria de imagem da entidade
produtora perante o público;
- a contínua correção das ações
ambientais, em decorrência da utilização de dados físicos-contábeis, contribui
para a sociedade como um todo – pois haverá redução do nível de agressão à
natureza na elaboração de produtos e serviços indispensáveis.
Possibilidades da contabilidade
ambiental
Concretamente, seu papel é determinante para:
controle de estoques de insumos antipoluentes; gestão dos investimentos em
tecnologias antipoluentes; controle financeiro das iniciativas de recuperação
de áreas degradadas; gestão de pagamentos de multas em decorrência de eventuais
irregularidades; planejamento financeiro para previsíveis perdas patrimoniais
em função de eventos de cunho ambiental; controle de custos e despesas gerados
por ações de contenção da poluição.
O desempenho e a própria existência da
contabilidade ambiental no interior das empresas torna evidente o compromisso
de cada organização com o meio ambiente, deixando também claro o interesse das
corporações em promover iniciativas para amenizar o impacto de suas ações e,
dessa forma, comprometendo-se com a responsabilidade social.
Cabe à assessoria contábil acompanhar as mudanças
que geram novas necessidades para as empresas, o que, nesse caso, equivale a
colaborar para a implementação do fator ambiental à gestão administrativa e
contábil das organizações.
O Passivo Ambiental
O
Passivo Ambiental corresponde ao saldo das obrigações devidas pela empresa e
tem significativa importância para a avaliação das condições de continuidade e
equilíbrio do negócio. Ele desdobra, inclusive, implicações nas negociações de
compra e venda das corporações, pois os custos ou dividendos decorrentes da
responsabilidade ambiental afetam visivelmente a situação econômica e se tornam
determinantes na percepção sobre rentabilidade da transação.
Numa
venda, o passivo ambiental passa a ser uma responsabilidade que é passada
adiante. É uma informação que contribui para avaliar a relação de
custo-benefício inerente à compra de uma empresa.
A
avaliação do passivo ambiental pode ser desempenhada pelo escritório de
contabilidade,
verificando estar de acordo com a evolução das normas contábeis, questões de
transparências das informações e avaliando o peso que esse tipo de passivo
representa para a instituição.
A importância do reconhecimento das responsabilidades
ambientais
A
contabilidade, enquanto fonte de registro e ferramenta fundamental de cálculo,
é uma essencial aliada das empresas que procuram desenvolver ações na vertente
ambiental. Reconhecer suas responsabilidades diante da coletividade soma às
empresas vantagens concretas relacionadas à construção de sua imagem no
mercado, podendo inclusive alcançar tarifas de juros menores para a captação de
recursos e melhores oportunidades de negócios.
Os
escritórios contábeis devem estar preparados para lidar com as transformações
movimentadas pela contabilidade ambiental, aptos a atender às necessidades de
desenvolvimento das empresas nesse campo, que a cada dia mostra-se mais
presente na escala de importância das organizações de um modo geral. Afinal,
embora a contabilidade não possa apresentar uma solução definitiva, é parte
significativa que colabora para a resolução do problema do meio ambiente.
Fonte: Wikipedia / SageBlog
/ Zanluca, J. C.
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