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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Sistemas Agroflorestais - SAF

           


           
           Os sistemas agroflorestais, ou sistemas consociados, ou agrofloresta, são sistemas que associam as culturas agrícolas e a pecuária com as culturas florestais (frutíferas e/ou madeira), seja por árvores exótica e/ou vegetação nativa, combinando produção e conservação dos recursos naturais.

            Este tipo de sistema está disposto no Código Florestal no seu Artigo 18º, onde na Reserva Legal está autorizado o plantio de até 50 % da área total recuperada, com utilização do plantio intercalado de espécies exóticas e terá direito a sua exploração econômica.

            A agrofloresta recupera antigas técnicas de povos tradicionais de várias partes do mundo, inclusivo os índios brasileiros, unindo a elas o conhecimento científico acumulado sobre a ecofisiologia das espécies vegetais, e sua interação com a fauna nativa.

            Esta modelo simultâneo ou em sequência temporal promovem benefícios econômicos e ecológicos. Os sistemas agroflorestais ou agroflorestas apresentam como principais vantagens, frente a agricultura convencional, a fácil recuperação da fertilidade dos solos, o fornecimento de adubos verdes, o controle de ervas daninhas, conservação das microbacias e áreas florestais.
   
            A integração da floresta com as culturas agrícolas e com a pecuária oferece uma alternativa para enfrentar os problemas crônicos de degradação ambiental generalizada e ainda reduz o risco de perda de produção. Outro ponto vantajoso dos sistemas agroflorestais é que, na maioria das vezes, as árvores podem servir como fonte de renda, uma vez que a madeira e, por vezes, os frutos das mesmas e os cultivares de plantas e ervas medicinais podem ser explorados e vendidos. A combinação desses fatores encaixa as agroflorestas no modelo de agricultura sustentável, suprindo as necessidades do homem e diversificando a produção, proporcionando uma oferta mais estável de produtos ao longo do ano.

            Esta dinâmica de sucessão de espécies da flora nativa visa trazer as espécies que agregam benefícios para o terreno assim como produtos para o agricultor.

             Atualmente adota-se quatro tipos de sistemas agroflorestais:

1.      Sistemas agrossilviculturais - combinam árvores com cultivos agrícolas anuais;
2.      Sistemas agrossilvipastoris - combinam árvores com cultivos agrícolas e animais;
3.      Sistemas silvipastoris - combinam árvores e pastagens (animais);
4.      Sistemas de enriquecimento de capoeiras com espécies de importância econômica.

            É importante ressaltar que o modelo agroflorestal não é uma solução integral para a proteção da biodiversidade. Certamente, ele reduz os impactos das queimadas e dos agrotóxicos e visa reduzir os impactos do desmatamento. Mas, em escala regional, é necessário um sistema integrado de reservas florestais, tanto públicas (Parques e Reservas Biológicas) como particulares (em assentamentos e grandes fazendas).

           A modelagem de um sistema agroflorestal exige grande conhecimento interdisciplinar de botânica, de solos agrícolas, de microfauna e microflora de solos, de função ecofisiológica dos organismos que constituem os vários extratos, de sucessão ecológica e de fitossanidade. Evidentemente que tudo isso deve vir acompanhado de um prévio conhecimento em agronomia e silvicultura, já que é nesses dois ramos que se baseia a agrossilvicultura.


              O sistema agroflorestal com grande mistura de espécies (ocupando extratos/camadas diferentes do ecossistema, tais como arbusto, árvores de pequeno e grande porte), apesar de o conjunto de espécies se mostrar bem alterado em relação à floresta original, funciona de forma bem parecida com a floresta natural, em termos de ciclos de nutrientes, regulamentação do ciclo hídrico, interação com a atmosfera etc.

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