Os sistemas agroflorestais, ou
sistemas consociados, ou agrofloresta, são sistemas que associam as culturas agrícolas e a pecuária com as culturas
florestais (frutíferas e/ou madeira), seja por árvores exótica e/ou vegetação
nativa, combinando produção e conservação dos recursos naturais.
Este tipo de sistema está disposto
no Código Florestal no seu Artigo 18º, onde na Reserva Legal está autorizado o
plantio de até 50 % da área total recuperada, com utilização do plantio intercalado de espécies exóticas e terá
direito a sua exploração econômica.
A
agrofloresta recupera antigas técnicas de povos tradicionais de várias partes
do mundo, inclusivo os índios brasileiros, unindo a elas o conhecimento
científico acumulado sobre a ecofisiologia das espécies vegetais, e sua
interação com a fauna nativa.
Esta
modelo simultâneo ou em
sequência temporal promovem benefícios econômicos e ecológicos. Os sistemas
agroflorestais ou agroflorestas apresentam como principais vantagens, frente a
agricultura convencional, a fácil recuperação da fertilidade dos solos, o
fornecimento de adubos verdes, o controle de ervas daninhas, conservação das
microbacias e áreas florestais.
A integração da floresta com as
culturas agrícolas e com a pecuária oferece uma alternativa para enfrentar os
problemas crônicos de degradação ambiental generalizada e ainda reduz o risco
de perda de produção. Outro ponto vantajoso dos sistemas agroflorestais é que,
na maioria das vezes, as árvores podem servir como fonte de renda, uma vez que a madeira
e, por vezes, os frutos das mesmas e os cultivares de plantas e ervas
medicinais podem ser explorados e vendidos. A combinação desses fatores encaixa
as agroflorestas no modelo de agricultura sustentável, suprindo as necessidades do homem e diversificando a produção, proporcionando uma
oferta mais estável de produtos ao longo do ano.
Esta dinâmica de sucessão
de espécies da flora
nativa visa trazer as espécies que agregam benefícios para o terreno assim como
produtos para o agricultor.
Atualmente adota-se quatro tipos
de sistemas agroflorestais:
1.
Sistemas agrossilviculturais - combinam árvores com cultivos agrícolas anuais;
2.
Sistemas agrossilvipastoris - combinam árvores com cultivos agrícolas e
animais;
3.
Sistemas silvipastoris - combinam árvores e pastagens (animais);
4.
Sistemas de enriquecimento de capoeiras com espécies de importância econômica.
É importante ressaltar que o modelo
agroflorestal não é uma solução integral para a proteção da biodiversidade.
Certamente, ele reduz os impactos das queimadas e dos agrotóxicos e visa
reduzir os impactos do desmatamento. Mas, em escala regional, é necessário um
sistema integrado de reservas florestais, tanto públicas (Parques e Reservas
Biológicas) como particulares (em assentamentos e grandes fazendas).
A
modelagem de um sistema agroflorestal exige grande conhecimento
interdisciplinar de botânica, de solos agrícolas, de microfauna e microflora de
solos, de função ecofisiológica dos organismos que constituem os vários
extratos, de sucessão ecológica e de fitossanidade. Evidentemente que tudo isso
deve vir acompanhado de um prévio conhecimento em agronomia e silvicultura, já
que é nesses dois ramos que se baseia a agrossilvicultura.
O sistema agroflorestal com grande mistura de espécies (ocupando
extratos/camadas diferentes do ecossistema, tais como arbusto, árvores de
pequeno e grande porte), apesar de o conjunto de espécies se mostrar bem
alterado em relação à floresta original, funciona de forma bem parecida com a
floresta natural, em termos de ciclos de nutrientes, regulamentação do ciclo
hídrico, interação com a atmosfera etc.
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