Embora alguns acham que o termo
sequestro de carbono é modismo ao estar
mencionado em textos sobre ecologia e meio ambiente, e também por comparem
a situações já vividas por nosso planeta como o aquecimento extremo,
alternando-se com eras glaciais, vemos que com o aumento da concentração do
dióxido de carbono na atmosfera, ao reter o calor recebido do sol seja responsável
pela fase atual de aquecimento da terra.
A forma mais comum de sequestro de
carbono é naturalmente realizada pelas florestas. Na fase de crescimento, as
árvores demandam uma quantidade muito grande de carbono para se desenvolver e
acabam tirando esse elemento do ar. Esse processo natural ajuda a diminuir
consideravelmente a quantidade de CO2 na atmosfera: cada hectare de floresta em
desenvolvimento é capaz de absorver nada menos do que 150 a 200 toneladas de
carbono.
Recomendam, que se procure reter ou
fixar o carbono atmosférico através da fotossíntese, ainda que temporariamente,
na forma de plantas em crescimento, madeira (reflorestamento e culturas
permanentes), cujos detritos ao se decomporem dão origem ao húmus. A esta
retirada de carbono deram o nome de "sequestro".
O sequestro é temporário, com prazos
variáveis, pois o carbono faz parte de um ciclo biogeoquímico, que acaba
retornando a atmosfera pela decomposição ou queima. O aumento do teor de húmus
no solo talvez seja a retenção do ciclo mais longo, quase permanente, daí
advindo sua importância.
O sistema de plantio direto sobre o
solo recoberto de resíduos, bem como as pastagens permanentes, proporcionam
ambientes altamente favoráveis à formação de húmus, com aumento do seu teor no
solo, sendo assim recursos inigualáveis para o almejado "sequestro de
carbono".
Já existem estudos avançados para
realizar o que os cientistas chamam de "sequestro geológico de
carbono". É uma forma de devolver o carbono para o subsolo. Os gases de
exaustão produzidos pelas indústrias são separados através de um sistema de
filtros que coletam o CO2. Esse gás é comprimido, transportado e depois
injetado em um reservatório geológico apropriado – que podem ser campos de
petróleo maduros (já explorados ou em fase final de exploração), aquíferos
salinos (lençóis de água subterrânea com água salobra não aproveitável) ou
camadas de carvão que foram encontradas no solo.
Créditos de carbono ou Redução Certificada de Emissões (RCE)
são certificados emitidos para uma pessoa ou empresa que reduziu a sua emissão
de gases do efeito estufa (GEE).
Créditos
de carbono criam um mercado para a redução de GEE dando um valor monetário à
redução da poluição. O mercado ficou estabelecido a partir da assinatura, em
1997, do Protocolo de Kioto, que estabeleceu metas de redução de emissões de
dióxido de carbono para os países mais industrializados do planeta.
Por convenção, uma tonelada
de dióxido de carbono (CO2) corresponde
a um crédito de carbono. Este crédito pode ser negociado no mercado internacional. A
redução da emissão de outros gases, igualmente geradores do efeito estufa,
também pode ser convertida em créditos de carbono, utilizando-se o conceito de Carbono Equivalente.
A
negociação dos créditos de carbono é uma maneira de alguns país reduzirem numericamente
as emissões dos gases que causam o efeito estufa e isso é feito por meio de uma
venda. É como se cada país pudesse liberar na atmosfera uma determinada
quantidade de gases. Alguns não atingem a meta, e podem comercializar esta cota
na forma de créditos de carbono. Outros têm uma atividade industrial tão
poluidora que superam o limite e, por isso, compram créditos de quem polui
menos ou possui áreas de floresta conservada.
Assim,
uma empresa brasileira poderia desenvolver um projeto para reduzir as emissões
de suas indústrias. Esse projeto passa pela avaliação de órgãos internacionais
e, se aprovado, é elegível para gerar créditos. Nesse caso, a cada tonelada de
CO2 que deixou de liberar, a empresa ganha um crédito, que pode ser negociado
diretamente com as empresas ou por meio da bolsa de valores. "Mas os
países só podem usar esses créditos para suprir uma pequena parte de suas
metas".
Perguntas comuns:
Possuo uma área com reflorestamento, posso ganhar
créditos de carbono com isso?
R: Para que um projeto se encaixe dentro das regras
do MDL este precisa cumprir um critério que se chama adicionalidade, segundo
este, um projeto precisa: ou absorver dióxido de carbono da atmosfera (no caso
de reflorestamentos) ou evitar o lançamento de gases do efeito estufa (no caso
de eficiência energética). Além disso, por este critério, o projeto precisa
adicionar alguma vantagem, a qual não ocorreria sem este. Ou seja, no caso de
reflorestamentos já ocorridos, o projeto não apresenta a adicionalidade, pois o
reflorestamento já existia na ausência do projeto.
Projetos de conservação de mata nativa ou manejo
florestal podem se tornar projetos de MDL?
R: Por enquanto, quanto à obtenção de créditos de
carbono, a conservação e o manejo florestal não se encaixam dentro dos
pré-requisitos para projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), ou
seja, de comércio de carbono.
O
mercado de carbono possui um critério que se chama adicionalidade, segundo
este, um projeto precisa: ou absorver dióxido de carbono da atmosfera (no caso
de reflorestamentos) ou evitar o lançamento de gases do efeito estufa (no caso
de eficiência energética). Assim, no caso de conservação florestal, não há
adicionalidade pois, sem o projeto, a absorção do CO2 já ocorreria naturalmente.
Mas esta possibilidade está sendo amplamente discutida, e já existem algumas
bolsas de participação voluntária que negociam estes créditos, fora do mercado
vinculado ao Protocolo de Kyoto. Uma destas bolsas é a Chicago Climate
Exchange. Existem também alguns fundos que apóiam este tipo de projeto, como o
BioCarbon Fund, do Banco Mundial e o Climate Care (www.climatecare.org). Uma
possibilidade concreta para incentivar a preservação de áreas de mata nativa é
a criação de uma RPPN (Reserva Privada do Patrimônio Natural). Em alguns
estados a criação dessas reservas possibilita a isenção de alguns impostos e a
utilização dessas áreas para fins de educação ambiental e ecoturismo.
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