Deve-se considerar, que um dos primeiros passos para uma proteção
ambiental e preservação do meio ambiente é melhorar a cultura da população pelo
uso de menos produtos que venham prejudicar o ambiente, e também fazendo
processos educativos de preservação ambiental. Uma das maneiras é o uso de
culturas bioenergéticas, e neste caso o Brasil, e em especial o Estado de São
Paulo, vem adotando medidas e processos de uso de fontes de bionergia
renovável, como o etanol.
O problema causado pelo aquecimento global na produção de alimentos e
escassez, esta sendo estudado para demonstrar como este efeito de aquecimento
trará prejuízos. Porém, estes estudos deixam de lado, em sua grande maioria, a
capacidade de melhoramento genético e adaptação da culturas ao novo regime
térmico. Estudos já feito pelo IAC demonstra que o maior problema nos possíveis
cenários de alteração climática é a restrição hídrica ocasionada. Situações
feitas com várias culturas indica que mesmo em aquecimento de 2°C, em nada afeta
o desenvolvimento das culturas, e quando se considera adaptação genética este
quadro não é drástico. Como exemplo podemos observar a cana-de-açúcar, muito
marcante em nossa região.
Obviamente, se pensarmos nos padrões de culturas atuais e técnicas de cultivos atuais, este
aquecimento poderá afetar o desenvolvimento da agricultura, porém,
considerando-se que em muitos países, inclusive o Brasil, já se estão levando a
efeito, técnicas de redução de gases de efeito estufa, o impacto esperado, ou
que foi de certo modo prenunciado, talvez não seja tão alarmante.
Estes possíveis efeitos seriam mais esperados em regiões de baixa
latitude, próximas ao Equador, pois, aí sim, o estresse térmico seria muito
marcante.
Para preservar as reservas hídricas e os mananciais, existem várias
maneiras, uma delas seria o uso da mata ciliar evitando o assoreamento dos
corpos d'água e sendo fontes de formação hídrica (infiltração, sobreamento,
evapotranspiração, entre outros), outro processo seria desenvolver um sistema agrícola
consorciado, onde técnicas de cultivo, como controle de erosão, diminuição de
irrigação, manejo racional da água, plantio direto (onde o clima permite),
trarão efeito direto na preservação e manutenção das reservas hídricas, e
também o reflorestamento ordenado, sem concorrência com a agricultura, pode
trazer enormes benefícios à preservação dos recursos hídricos. Para as próximas
décadas, o maior problema que teremos será a Segurança Hídricas. Diversos
países já estão desenvolvendo técnicas e ações procurando focar a segurança
hídrica e seus efeitos na segurança alimentar, considerando até cenários de
mudanças climáticas.
Quando falamos em tecnologia e equilíbrio entre agronegócio e
sustentabilidade, deve-se visualizar alguns aspectos. O primeiro seria o lucro,
ou a eficiência que o agronegócio trará. Em segundo, mas não sem menor grau de
importância , seria a tecnologia a ser utilizada. Assim, pode-se muito bem
fazer um grau adequado de equilíbrio entre sustentabilidade agrícola,
rendimento do agronegócio e preservação ambiental. Algumas técnicas são:
a) reuso da água, tanto para
agricultura como na indústria. Diversos países estão implementando esta
tecnologia que está no começo no Brasil ;
b) utilização de agricultura de precisão, no processo de aplicação de
fertilizantes, colheita, etc;
c) manejo racional da água da irrigação. fazendo uso de
informações meteorológicas para
prognóstico da demanda hídrica da cultura e previsão de tempo. Por exemplo, se
utilizarmos a previsão e as informações de rede metrológicas, numa irrigação
onde se economiza 20mm de água, em 1.000 hectares, estaremos economizando água
para uma população de 1 milhão de pessoas.
O trabalho de Zoneamento Ambiental no setor sucroalcoleiro, realizado
em parceria com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento e Secretaria de
Meio Ambiente do Estado de São Paulo, é pioneiro e reconhecido
internacionalmente, onde se caracterizam aspectos climáticos, edáficos ( tudo que pertence ou pode estar relacionado ao solo),
no desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar e as interações com área de
preservação ambiental, procurando preservar os recursos hídricos, a
biodiversidade e a conectividade ambiental. É um trabalho muito superior aos
que se baseiam somente na relação entre a chuva e a evapotranspiração, pois
agrega fatores abióticos, bióticos, solo, clima, tipo de cultura e possível
necessidade de irrigação, ou sistema de colheita.
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