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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

EQUILÍBRIO ENTRE SUSTENTABILIDADE AGRÍCOLA, RENDIMENTO DO AGRONEGÓCIO E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

 Entre a comunidade científica, tem-se observado que uma grande preocupação em todos os países é a preservação ambiental e o desenvolvimento de uma agricultura sustentável e que ocasiona menos riscos ao ambiente. Esta preocupação também é levada a outros setores como transporte, e preservação de recursos hídricos. Uma das maneiras em que muitos países tem evoluído é no uso de energia renovável e matrix de produção energética limpa.
Deve-se considerar, que um dos primeiros passos para uma proteção ambiental e preservação do meio ambiente é melhorar a cultura da população pelo uso de menos produtos que venham prejudicar o ambiente, e também fazendo processos educativos de preservação ambiental. Uma das maneiras é o uso de culturas bioenergéticas, e neste caso o Brasil, e em especial o Estado de São Paulo, vem adotando medidas e processos de uso de fontes de bionergia renovável, como o etanol.

O problema causado pelo aquecimento global na produção de alimentos e escassez, esta sendo estudado para demonstrar como este efeito de aquecimento trará prejuízos. Porém, estes estudos deixam de lado, em sua grande maioria, a capacidade de melhoramento genético e adaptação da culturas ao novo regime térmico. Estudos já feito pelo IAC demonstra que o maior problema nos possíveis cenários de alteração climática é a restrição hídrica ocasionada. Situações feitas com várias culturas indica que mesmo em aquecimento de 2°C, em nada afeta o desenvolvimento das culturas, e quando se considera adaptação genética este quadro não é drástico. Como exemplo podemos observar a cana-de-açúcar, muito marcante em nossa região.
 
Obviamente, se pensarmos nos padrões de culturas atuais  e técnicas de cultivos atuais, este aquecimento poderá afetar o desenvolvimento da agricultura, porém, considerando-se que em muitos países, inclusive o Brasil, já se estão levando a efeito, técnicas de redução de gases de efeito estufa, o impacto esperado, ou que foi de certo modo prenunciado, talvez não seja tão alarmante.

Estes possíveis efeitos seriam mais esperados em regiões de baixa latitude, próximas ao Equador, pois, aí sim, o estresse térmico seria muito marcante.
Para preservar as reservas hídricas e os mananciais, existem várias maneiras, uma delas seria o uso da mata ciliar evitando o assoreamento dos corpos d'água e sendo fontes de formação hídrica (infiltração, sobreamento, evapotranspiração, entre outros), outro processo seria desenvolver um sistema agrícola consorciado, onde técnicas de cultivo, como controle de erosão, diminuição de irrigação, manejo racional da água, plantio direto (onde o clima permite), trarão efeito direto na preservação e manutenção das reservas hídricas, e também o reflorestamento ordenado, sem concorrência com a agricultura, pode trazer enormes benefícios à preservação dos recursos hídricos. Para as próximas décadas, o maior problema que teremos será a Segurança Hídricas. Diversos países já estão desenvolvendo técnicas e ações procurando focar a segurança hídrica e seus efeitos na segurança alimentar, considerando até cenários de mudanças climáticas.
Quando falamos em tecnologia e equilíbrio entre agronegócio e sustentabilidade, deve-se visualizar alguns aspectos. O primeiro seria o lucro, ou a eficiência que o agronegócio trará. Em segundo, mas não sem menor grau de importância , seria a tecnologia a ser utilizada. Assim, pode-se muito bem fazer um grau adequado de equilíbrio entre sustentabilidade agrícola, rendimento do agronegócio e preservação ambiental. Algumas técnicas são:

a) reuso da  água, tanto para agricultura como na indústria. Diversos países estão implementando esta tecnologia que está no começo no Brasil ;
b) utilização de agricultura de precisão, no processo de aplicação de fertilizantes, colheita, etc;
c) manejo racional da água da irrigação. fazendo uso de informações  meteorológicas para prognóstico da demanda hídrica da cultura e previsão de tempo. Por exemplo, se utilizarmos a previsão e as informações de rede metrológicas, numa irrigação onde se economiza 20mm de água, em 1.000 hectares, estaremos economizando água para uma população de 1 milhão de pessoas.


O trabalho de Zoneamento Ambiental no setor sucroalcoleiro, realizado em parceria com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento e Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, é pioneiro e reconhecido internacionalmente, onde se caracterizam aspectos climáticos, edáficos ( tudo que pertence ou pode estar relacionado ao solo), no desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar e as interações com área de preservação ambiental, procurando preservar os recursos hídricos, a biodiversidade e a conectividade ambiental. É um trabalho muito superior aos que se baseiam somente na relação entre a chuva e a evapotranspiração, pois agrega fatores abióticos, bióticos, solo, clima, tipo de cultura e possível necessidade de irrigação, ou sistema de colheita.

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